Pesquisa aponta rejeição ao aumento no número de deputados: “Congresso sem credibilidade”

Mesmo com ampla rejeição popular, o Congresso Nacional articula a aprovação de um projeto de lei que prevê o aumento no número de deputados federais. Segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta terça-feira (17), 76% dos brasileiros se dizem contra a proposta. Apenas 20% se mostram favoráveis, enquanto 2% não souberam opinar e 1% se declararam indiferentes.

A medida, que está em tramitação acelerada por conta de um prazo imposto pelo Supremo Tribunal Federal (STF), pode ser votada ainda nesta semana. O Senado avalia incluir o projeto na pauta a pedido do presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB). A decisão foi confirmada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

Durante o programa Café com a Gazeta do Povo desta quarta-feira (18), a comentarista Anne Dias criticou o distanciamento do Congresso em relação à vontade popular. Para ela, a pesquisa expressa a insatisfação da sociedade diante da postura omissa dos parlamentares em temas relevantes. “Quando o assunto é fiscalização não vemos uma atuação eficiente. Quando precisamos que legislem sobre assuntos importantes, isso também não acontece”, afirmou.

Anne também ressaltou que os deputados têm priorizado a exposição nas redes sociais em vez de se debruçar sobre questões centrais para o desenvolvimento do país. “Viraram deputados de redes sociais”, disse. “O Congresso é mais uma instituição sem credibilidade perante a opinião pública.”

Apesar da resistência da sociedade e de questionamentos sobre o impacto financeiro da medida, a proposta segue avançando. A estimativa da Mesa Diretora da Câmara é que cada novo deputado represente um custo anual de R$ 3,6 milhões. Com 18 novas cadeiras, o impacto seria de R$ 64,6 milhões por ano.

O presidente do Senado minimizou o peso fiscal do projeto e argumentou que a mudança atende a uma decisão judicial. “A Câmara dos Deputados fez um estudo sobre isso e o mais adequado diante da decisão judicial é fazer a ampliação desses Estados”, afirmou Alcolumbre. Segundo ele, não se trata de uma iniciativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas de um acordo entre parlamentares.

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