Irã cogita abandonar tratado de não proliferação nuclear
Últimas atualizações em 16/06/2025 – 08:19 Por Gazeta do Povo | Feed
O Parlamento do Irã está preparando uma lei para se retirar do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) após os ataques lançados por Israel contra pelo menos três instalações nucleares do país.
O anúncio foi feito nesta segunda-feira (16) pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Ismail Baghaei, que afirmou, no entanto, que Teerã “continua se opondo ao desenvolvimento de armas nucleares”.
“À luz dos acontecimentos recentes, tomaremos uma decisão apropriada. O governo deve implementar os projetos aprovados pelo parlamento, mas essa proposta ainda está em fase de elaboração e vamos coordenar com o parlamento nas etapas seguintes”, afirmou o porta-voz da pasta.
A medida foi tomada após Israel lançar uma ofensiva contra o Irã na última sexta-feira, atacando pelo menos três instalações nucleares do país – Natanz, Fordo e Isfahan – e matando pelo menos nove cientistas nucleares.
O Irã aderiu ao TNP em 1970 e tem afirmado repetidamente que seu programa nuclear é pacífico, apesar de armazenar mais de 400 quilos de urânio enriquecido a 60%, um nível próximo ao necessário para o uso militar (90%).
O TNP compromete os países signatários a não desenvolver armas nucleares e a se submeter a inspeções por parte da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
As potências ocidentais e a agência nuclear da ONU, no entanto, têm muitas preocupações com o programa nuclear iraniano, e a Junta de Governadores da AIEA aprovou uma resolução na semana passada contra o Irã por conta da falta de transparência de seu programa atômico.
O Irã sempre insistiu na natureza civil de seu programa atômico e sempre se refere a uma fatwa (decisão religiosa) emitida pelo líder supremo do Irã, Ali Khamenei, na qual declarou em 2003 que as armas atômicas e biológicas são “haram” (proibidas).
O conflito entre Israel e Irã se intensificou no final de semana com nova troca de ataques aéreos e lançamentos de mísseis, elevando para quase 240 o número de mortos, com quase 1.500 feridos. Do lado israelense, 24 pessoas morreram, a maioria em cidades nos arredores de Tel Aviv, enquanto no Irã, o número de mortos ultrapassou 200, segundo os serviços de emergência e saúde desses países.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram nesta segunda-feira que já destruíram mais de 120 lançadores de mísseis iranianos, o que, segundo os militares, constituiu um terço do total.
O porta-voz chefe da FDI, Effie Defrin, disse em uma videoconferência que mais de 120 lançadores foram destruídos desde o início da operação. Ele acrescentou que, somente na noite passada, Israel destruiu 20 mísseis terra-terra “minutos antes de seu lançamento em direção ao Estado de Israel”.
De acordo com dados militares, Israel bombardeou nesta madrugada com aproximadamente 50 caças “cerca de 100 alvos militares” em Isfahan, centro do Irã, incluindo depósitos de mísseis, lançadores de mísseis terra-terra e quartéis-gerais com esquadrões.
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