Defesa de Bolsonaro pode pedir novas diligências a Moraes
Últimas atualizações em 13/06/2025 – 03:32 Por Gazeta do Povo | Feed
O advogado Paulo Cunha Bueno, que defende o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no processo que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado, criticou nesta quinta (12) o alto volume de provas que a defesa não conseguiu analisar na íntegra e afirmou que pode pedir novas diligências ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF).
Bolsonaro foi ouvido na última terça (10) pela Primeira Turma da Corte na fase de instrução do processo e negou que tenha tido qualquer participação na elaboração do suposto plano de golpe. Ele também rebateu que tenha feito pressão sobre os três chefes das Forças Armadas para aderirem ao alegado movimento.
“Diante do que foi produzido em testemunhas de defesa, acusação e interrogatórios, podem surgir diligências complementares de interesse à apuração da verdade. Ainda estamos avaliando se e o que nós iríamos pedir, observando também que ainda estamos num processo muito lento e difícil de análise dos elementos da investigação, que só foram fornecidos muito recentemente”, afirmou em entrevista à GloboNews.
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Segundo Cunha Bueno, o volume de provas soma 40 terabytes compactados que, após abertos, podem chegar a 80 terabytes, um volume considerado bastante ato e que, disse havia sido solicitado ao longo do andamento do processo. Para o advogado, essa é uma “situação muito grave” que tem sido denunciada recorrentemente.
Para o advogado, ainda, ao longo do inquérito – que posteriormente se transformou em uma denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) aceita por unanimidade pela Primeira Turma do STF – se tentou ligar Bolsonaro aos atos de 8 de janeiro de 2023, o que acabou não se provando em nenhuma fase.
“Você não encontra um único elemento ligando o presidente Bolsonaro aos atos do 8 de janeiro. Não tem ele falando com manifestantes, ida dele a acampamentos, nada. Nenhuma conexão, tanto que o relatório da Polícia Federal não fez essa conexão porque não conseguiu”, pontuou.
Paulo Cunha Bueno considerou que o depoimento do delator, o tenente-coronel Mauro Cid, não apresentou nenhuma prova nova do que teoricamente se apurou durante a investigação e que foi “vergonhoso”. A delação premiada, afirma, foi “eivada de enormes problemas”, de uma pessoa que “claramente foi constrangida a aderir a uma colaboração”.
Para ele, Cid firmou a delação inicialmente por seu “esgotamento psicológico” e, por último, por uma “proposta irrecusável de benefícios”.
Durante o depoimento a Moraes, Bolsonaro afirmou que nunca se falou em golpe tanto da parte dele como de militares, considerando-o como “abominável” e que não se sustentaria no dia seguinte. “Entendo que nada do que estou sendo acusado procede. Quero ter um julgamento isento e peço a Deus que ilumine a todos aqui”, completou.
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