Reino Unido e outros países sancionam ministros de Israel

O governo do Reino Unido anunciou nesta terça-feira (10) sanções contra dois ministros da coalizão do premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, acusando-os de “repetidas incitações à violência contra comunidades palestinas” na Cisjordânia.

Segundo informações da BBC, Itamar Ben-Gvir, ministro da Segurança Nacional, e Bezalel Smotrich, ministro das Finanças de Israel, serão proibidos de entrar no Reino Unido e terão seus bens no país bloqueados.

David Lammy, ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, anunciou que as sanções, motivadas por acusações de incitação à “violência extremista e graves abusos dos direitos humanos de palestinos”, fazem parte de uma ação conjunta com outros quatro países, que adotarão as mesmas restrições.

“Enquanto as comunidades palestinas na Cisjordânia continuam a sofrer com graves atos de violência cometidos por colonos israelenses extremistas, que também minam um futuro Estado palestino, o Reino Unido se juntou à Austrália, Canadá, Nova Zelândia e Noruega para intensificar a resposta internacional”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores britânico em comunicado.

Além disso, a pasta argumentou que as medidas tomadas contra Smotrich e Ben-Gvir “não podem ser vistas isoladamente dos eventos em Gaza, onde Israel deve respeitar o Direito Internacional Humanitário”.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, disse que o gabinete se reunirá no começo da semana que vem para responder ao que chamou de “decisão inaceitável”.

“É ultrajante que representantes eleitos e membros do governo sejam submetidos a esse tipo de medidas”, declarou.

No X, Ben-Gvir escreveu que continuará “trabalhando por Israel e pelo povo de Israel sem medo ou intimidação”.

Já Smotrich disse que o Reino Unido “já tentou uma vez nos impedir de colonizar o berço da nossa pátria, e não podemos deixar isso acontecer novamente” – em referência ao período entre as décadas de 1930 e 40 em que a migração judaica para a região foi restringida pelo Mandato Britânico da Palestina.