Lula sai em defesa de Moraes contra sanções e critica EUA
Últimas atualizações em 01/06/2025 – 16:40 Por Gazeta do Povo | Feed
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou neste domingo (1º) a possibilidade de o governo dos Estados Unidos impor sanções ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em mais um episódio que demonstra a postura do governo brasileiro diante das pressões norte-americanas.
“Olha a história dos Estados Unidos querendo negar alguma coisa e criticar a Justiça brasileira. Nunca critiquei a Justiça deles. Eles fazem tanta barbaridade e eu nunca critiquei. Eles fazem tanta guerra, matam tanta gente”, declarou Lula durante a convenção nacional do PSB.
A fala foi uma reação direta ao envio, pelo Departamento de Justiça dos EUA, de uma carta ao STF e ao Ministério da Justiça criticando decisões de Moraes, especificamente a ordem para que a plataforma Rumble bloqueasse o perfil do jornalista Allan dos Santos, residente nos EUA e investigado no Brasil.
“Os Estados Unidos querem processar o Alexandre de Moraes porque ele está querendo prender um cara brasileiro que está lá nos Estados Unidos fazendo coisa contra o Brasil o dia inteiro”, afirmou Lula, reforçando posição de defesa do ministro e ignorando potenciais efeitos concretos das sanções.
As críticas do presidente acontecem em meio ao anúncio recente, feito na última quarta-feira (28), pelo secretário de Estado norte-americano Marco Rubio, de que os EUA irão impor restrições de visto a líderes e autoridades estrangeiras acusadas de “cúmplices de censura a norte-americanos”.
Embora Rubio não tenha mencionado Moraes nominalmente, ele já havia afirmado, em 21 de maio, que o governo Trump analisava aplicar sanções ao ministro, com base na Lei Magnitsky — um instrumento que possui efeitos extraterritoriais relevantes, mesmo quando formalmente não reconhecidos ou ignorados, como fez o chanceler brasileiro Mauro Vieira durante fala à Comissão de Relações Exteriores na semana passada.
Especialistas vêm alertando que o governo Lula mantém uma estratégia de minimizar ou até ignorar as implicações dessas sanções, reforçando a narrativa que se trata de uma interferência indevida na soberania brasileira, que a lei americana não pode ser aplicada fora do país e evitando reconhecer os potenciais riscos políticos, econômicos e diplomáticos que podem advir dessa rota de colisão com os Estados Unidos.
Ainda durante discurso no 16º congresso nacional do PSB, Lula alertou sobre a importância estratégica das eleições para o Senado em 2026. Segundo ele, a direita planeja formar uma “superbancada” na Casa, que renovará dois terços das 81 cadeiras, com o objetivo de confrontar a Suprema Corte e avançar com pedidos de impeachment contra ministros, especialmente Alexandre de Moraes. Lula destacou que cabe ao Senado processar e julgar ministros do STF por crimes de responsabilidade, conforme prevê a Constituição.
O presidente também disse que é preciso preservar “instituições democráticas” e criticou a ideia de destruir o que se desaprova. Ele pediu ainda que a militância de esquerda reforce sua presença nas redes sociais, aonde a direita tem conseguido maior engajamento, e enfatizou que, para ser candidato à reeleição em 2026, precisa manter sua saúde “100% como está hoje”.
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