Últimas atualizações em 23/05/2025 – 16:44 Por Redação GNI
Foi um crime brutal e covarde. Dois jovens assessores da embaixada de Israel nos Estados Unidos foram mortos a tiros ao deixarem um evento no Museu Judaico da Capital, em Washington, na noite de quarta-feira, em um caso que as autoridades israelenses e o presidente americano, Donald Trump, rapidamente classificaram como de antissemitismo.
Um homem de 30 anos foi preso logo após os disparos, e segundo a chefe da Polícia Metropolitana de Washington, Pamela Smith, gritou “Palestina livre” ao ser detido pelos policiais.
O ataque ocorreu pouco depois das 21h (22h em Brasília) em uma rua em frente ao Museu Judaico da Capital, onde o Comitê Judaico Americano realizava uma recepção para jovens diplomatas.
Ainda de acordo com a chefe da polícia da capital, um homem armado com uma pistola se aproximou de um grupo de quatro pessoas que deixava o evento e abriu fogo, atingindo os dois funcionários. Eles foram identificados como Yaron Lischinsky e Sarah Milgrim. Segundo o embaixador de Israel nos EUA, Yechiel Leiter, eles eram um casal e o jovem pretendia pedi-la em casamento em breve.
O suspeito preso após o tiroteio foi identificado como Elias Rodriguez, de 30 anos, natural de Chicago. As autoridades informaram que ele não tinha histórico com a polícia e acreditam que ele agiu sozinho.
O Museu Judaico da Capital fica em uma área que é considerada o coração oficial de Washington, que é repleta de prédios federais, embaixadas e museus. O Capitólio, o escritório de campo do FBI e a sede do Departamento de Justiça ficam todos próximos ao local dos disparos.
Ainda de acordo com a chefe da polícia, o suspeito foi visto rondando o museu antes do ataque, e logo após os disparos tentou entrar no prédio, sendo impedido pela segurança do evento. Ao ser detido, ele gritou “Palestina livre”.
As autoridades policiais informaram que o duplo homicídio está sob investigação. Enquanto isso, autoridades dos EUA e de Israel condenaram o ataque violento, classificando o ato como uma expressão de antissemitismo.
Trump descreveu os assassinatos como “horríveis” e “obviamente baseados em antissemitismo”, dizendo que “o ódio e o radicalismo não têm lugar nos EUA”. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, chamou de “assassinato antissemita horripilante”, prometendo reforçar a segurança das missões diplomáticas israelenses em todo o mundo, informou seu gabinete.
— Este é o resultado direto da incitação antissemita tóxica contra Israel e os judeus em todo o mundo, que vem acontecendo desde o massacre de 7 de outubro — disse Gideon Saar, ministro das Relações Exteriores de Israel, em uma entrevista coletiva em Jerusalém nesta quinta-feira.
O presidente israelense, Isaac Herzog, afirmou estar ‘devastado’ com as cenas do ataque em Washington. Já o embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, chamou de um ‘ato de terrorismo antissemita perverso’ em suas redes sociais.
As duas vítimas do ataque foram identificadas como Yaron Lischinsky e Sarah Milgrim. Eles eram um casal e trabalhavam na embaixada israelense. De acordo com o embaixador israelense, Lischinsky ia pedir Sarah em casamento em uma viagem que os dois organizavam para Jerusalém.
— O jovem comprou um anel esta semana com a intenção de pedir a namorada em casamento na semana que vem — disse a repórteres. — Eles eram um casal lindo.
De acordo com a biografia em seu blog no Times of Israel , Lischinsky tinha mestrado em Governo, Diplomacia e Estratégia pela Universidade Reichman e bacharelado em Relações Internacionais pela Universidade Hebraica.
Ele escreveu em sua página do LinkedIn : “Sou um fervoroso defensor da visão delineada nos Acordos de Abraão e acredito que expandir o círculo de paz com nossos vizinhos árabes e buscar a cooperação regional é do melhor interesse do Estado de Israel e do Oriente Médio como um todo. Para tanto, defendo o diálogo inter-religioso e a compreensão intercultural.”
Rodriguez, de 30 anos, não era identificado pela polícia de Washington como uma ameaça, segundo as autoridades americanas. A chefe de polícia de Washington disse que não ficou imediatamente claro por que o suspeito entrou no museu após o tiroteio ou o que planejava fazer lá dentro.
Dan Bongino, vice-diretor do FBI, disse que ele estava sendo interrogado pela polícia de Washington em conjunto com a equipe de contraterrorismo da agência. Em uma publicação nas redes sociais, ele disse que “os primeiros indicadores são de que este é um ato de violência direcionada”.
Uma testemunha que estava no evento no Museu Judaico, Katie Kalisher, ouvida pela agência de notícias britânica Reuters, afirmou que o suspeito admitiu ter realizado o ataque em solidariedade aos palestinos quando entrou no local.
— Ele me disse: fiz isso por Gaza — relatou.
Missões diplomáticas sob ataque
As missões diplomáticas de Israel no exterior foram alvos de ataques armados por grupos que se opõem à existência do Estado judeu desde sua fundação. Em 1982, homens armados palestinos atiraram no embaixador de Israel no Reino Unido.
Em 1992, um atentado a bomba na embaixada israelense em Buenos Aires, Argentina, matou 29 pessoas, a maioria civis argentinos. Um tribunal argentino decidiu no ano passado que o Hezbollah, o grupo armado libanês, executou o ataque.
No mês passado, a polícia britânica acusou um homem de terrorismo por tentar invadir a embaixada israelense em Londres, portando duas facas. Não houve vítimas. De acordo com autoridades policiais britânicas, o suspeito buscava “enviar uma mensagem ao governo israelense para que parasse a guerra” em Gaza. (Com AFP e NYT)
ANI
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