A febre dos bebês Reborn expõe a doença mental da sociedade

A forma lúdica de brincar com uma boneca, ultrapassou os limites da razão, quando interagem com um ser inanimado, como se fosse um ser-humano.

Últimas atualizações em 17/05/2025 – 08:07 Por Redação GNI

Nos últimos anos, a popularidade dos bebês Reborn cresceu assustadoramente, tornando-se uma dependência emocional numa boneca inanimada e escancarando a fuga da realidade, bem como a psicopatia da troca.

Isso não é normal.

Entre diversos grupos sociais. Esses bonecos hiper-realistas, que simulam a aparência de recém-nascidos, têm despertado tanto fascínio quanto indignação sobre suas implicações emocionais e sociais. Há quem gaste valores absurdos com enxovais, fórmulas, alimentos e fraldas.

A febre pelos bebês Reborn reflete, de maneira direta, aspectos mais profundos da condição psicológica e emocional de uma sociedade doente e imatura.

Essa “febre”, quase como uma catarse coletiva, evidencia problemas sociais, emocionais e mentais subjacentes que merecem atenção.

A forma lúdica de brincar com uma boneca, ultrapassou os limites da razão, quando interagem com um ser inanimado, como se fosse um ser-humano.

A crescente adesão aos bebês Reborn evidencia uma sociedade doente e emocionalmente imatura, marcada por anseios de conexão, afeto e estabilidade emocional que encontram muitas vezes dificuldades de serem plenamente satisfeitos, porque uma boneca não interage. Acabam criando mais frustrações e dores emocionais e existenciais.

Muitas pessoas, especialmente aquelas que enfrentam solidão, ansiedade ou dificuldades de estabelecer vínculos afetivos duradouros, recorrem a essas bonecas como uma forma de preencher lacunas emocionais.

Isso é uma doença emocional.

Essa busca por conforto, atenção, amor e segurança, incompreensíveis, também revela uma epidemia silenciosa de dificuldades de saúde mental, como depressão e transtorno de apego, que permeiam diferentes camadas sociais.

Assim, a febre pelos Reborn funciona como um espelho — refletindo a psicopatia de uma sociedade infantilizada e doente. É o desejo humano de encontrar segurança em um mundo cada vez mais desconectado e incerto.

A popularidade dos bebês Reborn não se limita ao âmbito individual, mas aponta para questões sociais mais amplas, como o isolamento social, o desconforto com a conexão real e a busca por escapismos.

Essa tendência evidencia uma sociedade fraca, frágil, imatura e doente, que enfrenta dificuldades em promover vínculos emocionais genuínos e reais, seja devido ao ritmo acelerado da vida moderna, à precariedade das relações interpessoais ou às psicopatias emocionais coletivas.

A febre pelos bebês Reborn serve como um alerta para a necessidade de fortalecer os laços sociais e investir em saúde mental, garantindo que as pessoas encontrem formas saudáveis de lidar com suas emoções e doenças mais profundas.

A ascensão dos bebês Reborn vai além de uma simples modinha, representando um espelho das complexidades emocionais e sociais de uma sociedade doente e infantilizada, que recorre a seres de plástico e inanimados.

Compreender esse fenômeno é fundamental para abordar questões de saúde mental.

A loucura extrapolou a razão, a tal ponto que uma mulher levou sua “filha” queimando de febre — inexistente — a uma UPA do bairro Higienópolis, clamando por atendimento, de uma bebê… reborn.

Um casal procurou a Dr.ᵃ Suzana Ferreira, brilhante advogada, para dar entrada no divórcio e guarda de sua filha… reborn.

Outra mulher alegou que não poderia ir trabalhar porque sua filha estava passando mal… Uma bebê reborn.

Casos de uma loucura coletiva entopem as redes sociais com relatos insanos, frutos de uma sociedade doente, frágil e infantilizada emocional e mentalmente.

E pensar que nos anos 70 e 80 era lúdico e sadio brincar com a Barbie e Falcon, assistir Chucky e, mais recentemente, Annabelle.

Agora, temos que recorrer a psiquiatras e exorcistas.

Léo Vilhena | Jornalista e Psicólogo Infantil.

Léo Vilhena

Editor-Chefe e Jornalista da Rede GNI | Twitter  (X) @LeoVilhenaReal

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