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Morte do Papa Francisco

O que é um conclave? Como funciona? Passo a passo da cerimônia
Veja em passo a passo como será a sucessão

Últimas atualizações em 22/04/2025 – 10:05 by Redação GNI

O conclave é a reunião de cardeais eleitores da Igreja Católica para escolher um novo papa. Ele deve iniciar-se de 15 a 20 dias após a morte ou renúncia do Papa, a fim de esperar a chegada de todos os cardeais eleitores. Esses cardeais votam e podem ser votados, mas não podem votar em si mesmos.

Têm direito a voto os cardeais com menos de 80 anos até a data da morte do Papa Francisco. Para ser eleito são necessários 2/3 dos votos dos cardeais com direito a voto.

Os cardeais eleitores ficam alojados na Casa de Santa Marta e dirigem, diariamente, até a Capela Sistina, onde serão realizadas as votações. Joia da arquitetura e da arte mundial, a capela abriga eleições de pontífices desde o século XV.

A manhã do primeiro dia do Conclave é marcada por uma grande solenidade na Basílica de São Pedro onde acontece a missa “Pro Eligendo Papa” que marca o início do processo eleitoral. Os cardeais depois voltam para a Casa Santa Marta. Depois, os cardeais podem, ir ou não, para a Capela Sistina, onde a primeira rodada de votação poderá acontecer ainda neste primeiro dia.

Nos dias subsequentes, os cardeais participam de até quatro rodadas de votação por dia, duas na parte da manhã e outras duas à tarde. As cédulas são incineradas duas vezes ao dia: depois da sessão matinal e no início da noite. Se após três dias ninguém for eleito, a votação é suspensa por, no máximo, 24 horas. Outras pausas poderão ocorrer.

Até o 12º dia da votação, totalizando 34 escrutínios, o candidato que obtiver dois terços dos votos será eleito. A partir daí, se ainda não houver decisão, o sistema muda e a escolha ficará entre os dois mais votados. Porém, mantém-se o quorum de dois terços.

Os cardeais chegam à capela, entram em fila dupla e sentam em lugares já pré-determinados. O camerlengo, cardeal encarregado do protocolo, convoca cada cardeal para jurar obedecer às normas do conclave. Depois, dá a ordem “Extra omnes” (todos fora) e as portas da Capela Sistina são fechadas.

São distribuídas folhas de papel para todos os cardeais-eleitores. Uma delas é a cédula, em que está escrita a frase “Eligo in Summum Pontificem” (“Elejo como sumo pontífice”). Nela, deve ser escrito o nome do candidato de cada cardeal, que deve ter uma letra clara, impessoal e não pode votar em si próprio. Uma segunda folha com os nomes de todos os cardeais-eleitores auxilia na escolha e, também, na posterior contagem dos votos pelos três escrutinadores que são escolhidos entre os cardeais, por sorteio, antes da primeira votação.

Além dos escrutinadores, também são sorteados os revisores e os infamariis que votam e trabalham durante o pleito. O sorteio dessas funções é feito em três rodadas. Na primeira rodada são escolhidos os três escrutinadores, na segunda os três revisores e na terceira e última rodada os três infirmariis.

Os escrutinadores verificam as cédulas, contam os votos e queimam todas as cédulas ao fim de cada votação; os revisores fiscalizam o trabalho dos escrutinadores e os infamariis recolhem os votos dos cardeais que possam estar doentes ou com dificuldade de locomação.

Antes de votar, os cardeais têm de repetir em voz alta um texto em latim no qual juram diante de Deus estar votando em quem consideram ser o mais capaz. A votação é feita por vez, e se inicia pelos cardeais mais velhos que são chamados pelo nome, um a um. A cédula com o voto é dobrada ao meio e o cardeal-eleitor caminha até o altar. O voto é posto em uma bandeja de prata e despejado em uma urna.

Durante a votação são usadas mais de uma urna e elas foram desenhadas pelo escultor italiano Cecco Bonanotte, em ouro, prata e bronze, para substituir os grandes cálices utilizados em conclaves anteriores

O primeiro cardeal escrutinador pega a urna e mistura as cédulas. O terceiro confere o número de votos. O primeiro escrutinador abre cada cédula uma a uma, copia o nome em silêncio e passa para o segundo, que verifica o voto em silêncio. O terceiro escrutinador pronuncia o nome na cédula em voz alta para que todos possam anotar e acompanhar a votação, caso queiram.

Depois, passa uma agulha com linha em cada cédula, furando a palavra “Eligo”. No fim da contagem, todos os votos estão presos na mesma linha, que tem as pontas amarradas, formando um círculo.
Após a votação, as cédulas amarradas no fio são levadas pelos escrutinadores até os dois fornos instalados na Capela Sistina, um para queimar as cédulas e um outro para produzir a fumaça avisando do resultado da votação. Os dois fornos passaram a ser usados no último conclave, que elegeu o Papa Francisco, para aumentar a precisão na cor da fumaça.
Desses dois fornos surge a mensagem para o resto do mundo: se a fumaça for negra, a eleição continua e não há eleito, se for branca, a Igreja Católica já tem um novo líder. Depois, os sinos da Basílica de São Pedro também se dobram indicando o fim da eleição.

Caso algum dos cardeais receba dois terços ou mais dos votos, o camerlengo se dirige a ele e pergunta: “Aceitas a tua eleição canônica para Sumo Pontífice?” No momento em que o cardeal diz a palavra em latim “accepto”, ele é o Papa. Em seguida, ele deve responder por qual nome quer ser conhecido.

O Papa é então levado a uma antecâmara, onde deverá vestir a roupa papal. São três as vestes produzidas, em tamanhos pequeno, médio e grande. Uma delas é escolhida e ajustada ao Pontífice. O local em que isto ocorre é conhecido como sala das lágrimas, pois os papas historicamente não conseguem suportar a emoção do momento e choram ali.

O cardeal protodiácono, do balcão da Basílica de São Pedro, dirige-se aos fiéis reunidos na Praça de São Pedro dizendo as palavras: “Habemus Papam.” Então, diz, em latim, o nome de batismo do eleito e o nome pelo qual o Papa será chamado.

O novo Papa surge de dentro da basílica, fica ao lado do protodiácono e fala sua primeira mensagem para os fiéis como Pontífice.

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